Gregory Clark: saída pela tangente
A tese é polêmica: Gregory Clark, professor da Universidade da Califórnia, advoga que o sucesso econômico das nações depende de herança genética de grupos e indivívuos. Entrevistado pela revista Veja [1], Clark não teve pudor de admitir que a "convivência com um sistema de mercado por um longo período moldou a cultura e a genética dos indivíduos." Quando confrontado com a consequência de que suas ideias favoreceria o racismo, o professor universitário saiu pela tangente: "Outros pesquisadores vão ter de pensar nas implicações sociais [um tanto óbvias que dispensam estudos mais complexos!] das minhas conclusões." Clark ainda acrescentou que o "fato de uma pessoa pertencer a um grupo populacional que fracassou não significa que ela vai pelo mesmo caminho"[2], num tipo de escapada que o pensador cristão Francis Schaeffer definiu em seus escritos como "salto" (fuga das implicações lógicas de sua filosofia, o que é próprio do pós-modernismo).
Há anos, pensadores influenciados pelo evolucionismo advogam teses deterministas. Desde os genes egoístas de Dawkins (no famosos livro de 1977), aos mais recentes estudos neurológicos, a tendência é enfraquecer o poder da vontade humana, em detrimento das "leis da natureza", as quais se responsabilizariam pelo nosso comportamento e decisões. Partindo de uma perspectiva naturalista, o homem fica reduzido, perdendo a sua humanidade, acabando por se ver na condição de máquina. Não é preciso lembrar-se de que conceitos como o da eugenia surgiram desta mesma base. Simultaneamente, não custa lembrar mais uma vez que, se todo o comportamento é resultado de um determinismo biológico, por que punir coisas como estupro, assassinato, agressão e adultério? Ninguém que as cometesse seria responsável - a Genética paga a conta!
[1] Diogo Schelp, Um gene capitalista? Veja, edição 2133, ano 42, n° 40, 7 de Outubro de 2009, pp. 94-97.
[2] Schelp, idem, pp. 94-95.
Há anos, pensadores influenciados pelo evolucionismo advogam teses deterministas. Desde os genes egoístas de Dawkins (no famosos livro de 1977), aos mais recentes estudos neurológicos, a tendência é enfraquecer o poder da vontade humana, em detrimento das "leis da natureza", as quais se responsabilizariam pelo nosso comportamento e decisões. Partindo de uma perspectiva naturalista, o homem fica reduzido, perdendo a sua humanidade, acabando por se ver na condição de máquina. Não é preciso lembrar-se de que conceitos como o da eugenia surgiram desta mesma base. Simultaneamente, não custa lembrar mais uma vez que, se todo o comportamento é resultado de um determinismo biológico, por que punir coisas como estupro, assassinato, agressão e adultério? Ninguém que as cometesse seria responsável - a Genética paga a conta!
[1] Diogo Schelp, Um gene capitalista? Veja, edição 2133, ano 42, n° 40, 7 de Outubro de 2009, pp. 94-97.
[2] Schelp, idem, pp. 94-95.
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