Entrevistado pelo apresentador Jô Soares no programa de ontem (17/08), o sociólogo e ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso (FHC) comentou sobre a crise americana. FHC disse que a crise não é decorrente das eleições americanas, mas já estaria “armada”. Segundo o sociólogo, os americanos gastam anualmente seis vezes mais do que produzem, o que indica que sua economia não está nada saudável. A situação das tropas americanas no Iraque também estaria contribuindo para os gastos excessivos do governo Bush.
Em geral, os republicanos (o partido de Bush) são não-intervencionistas em relação à economia. Mas, segundo explica FHC, o governo Bush teve praticamente de “estatizar” a economia, injetando bilhões de dólares em instituições financeiras que estão “quebradas”. Para o ex-presidente, há semelhanças entre a crise atual e a histórica crise de 1929, quando ocorreu a caótica quebra da bolsa de Nova York; a diferença estaria na reação – em 1929, o FED (banco central americano) se negou a emprestar dinheiro, o que levou a uma crise generalizada, enquanto que agora são feitos empréstimos para socorrer instituições e resgatar a confiança necessária para frear a queda das bolsas de valores (que estão à beira do desespero).
Quando começou a falar da crise americana, FHC refletiu sobre a agradabilidade do ambiente do programa, sobre a beleza dos jovens e a sensação de aconchego proporcionada por todos estes elementos; ao mesmo tempo, “lá fora a tempestade” estaria ficando mais intensa, ameaçando toda esta segurança sentida. A declaração do ex-chefe de estado brasileiro deu a entender que a situação é crítica e tende a se agravar.
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Um comentário:
para harold james, no financial times, a atual crise americana não tem precedentes. porém, um sinal bem interessante foi o pacote bush para conter o colapso.
noves fora que esse pacote, com a justificativa de salvar mundialmente o nosso rico dinheirinho, beneficiou mesmo uma meia dúzia de barões de wall street gananciosos e falidos, vimos como a intervenção estatal é sempre bem-vinda em tempos de crise.
para quem achava que o intervencionismo do Estado era coisa do passado...
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