quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

HUMANO, DEMASIADAMENTE HUMANO

Jesus: meramente "um homem normal, humano"

Sempre houve concílios e debates entre os teólogos sobre a dupla natureza de Cristo. O quanto Ele era humano e o quanto Ele era divino? A Bíblia ensina que o Salvador era 100% humano e 100% divino. Ainda assim, o pêndulo da compreensão oscilou, ora aceitando Jesus apenas como um ente divino, ora como um ser humano que “recebeu” a habitação de Deus temporariamente.

Os teólogos liberais sempre excluíram os atributos divinos de Jesus, despojando os evangelhos de eventos miraculosos. Para eles, Jesus era um mestre humano, que ensinou fraternidade e teve uma morte cruel a mando dos romanos. Simples assim, sem milagres, ressurreição e ascensão.

E o resto? Inventado pela comunidade cristã, responsável pela criação de um Jesus mítico. Daí que a grande caçada teológica se deu em busca do suposto “Jesus Histórico”, não o Homem-Deus de que a Bíblia fala, mas a pessoa real por trás da construção fantasiosa dos evangelhos.

Passadas algumas décadas, o reflexo da incredulidade dos próprios teólogos agora se reflete na cultura popular – abundam relatos fictícios tentando apresentar um Jesus mais humano e real. Tornou-se moda imaginar um Jesus mal compreendido pelos discípulos ou pensar que o Mestre manteve um caso amoroso com Maria Madalena. Filmes, livros e musicais, como A última tentação de Cristo, Jesus pop Star e Os Anos Ocultos de Jesus exalam a fantasia de seus idealizadores. Quase nada do Jesus que a Bíblia apresenta se acha ali.

Agora, mais um lançamento vem se somar ao número de versões liberais de Jesus; trata-se da HQ Yeshuah: assim embaixo assim em cima, da autoria de Laudo Ferreira Júnior (história e desenhos) e Omar Viñole (arte-final). A pesquisa para a história se baseou tanto nos evangelhos canônicos quanto nos apócrifos. Muitos dos nomes de personagens bíblicos foram trocados pelos nomes hebraicos originais, num preciosismo um tanto piegas. Mas o mais preocupante na adaptação é a perspectiva com a qual foi feita.

No site da Devir (editora que lança a obra), Laudo declarou: “A ideia não foi criar um roteiro completamente novo levando a história de Jesus para outro caminho que não o conhecido. O desafio foi justamente trabalhar em cima da versão canônica dando minhas intervenções, meu pensar quer textualmente ou visualmente sobre várias sequências da história. O meu Jesus a ser apresentado nessa história, teria que ser um homem normal, humano, completamente fora da aura católica, santa, que as grandes obras do renascimento estão impregnadas.”

Infelizmente, nenhuma concepção de Jesus fora da Bíblia corresponde ao Jesus real. E,a partir do momento que se idealiza Jesus como mero ser humano, Ele deixa de estar à altura da tarefa que veio cumprir – a nossa salvação. O mais belo na história da redenção é o fato de o Verbo divino ter se tornado um de nós, vindo habitar entre nós “cheio de graça e verdade” (Jo 1:14). Não estamos diante de um presidente que visita uma periferia – não; o próprio Rei do Universo humilhou-se a ponto de assumir a forma humana (Fl 2:5-8) para revelar o caráter de Seu Pai (Jo14:9). Infelizmente, nenhuma obra de ficção moderna conseguiu retratar a grandeza desse amor!

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