terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A LIÇÃO OLVIDADA PELA PROFESSORA LEILA

Leila Lopes: missivista derradeira

Os bombeiros encontraram seu corpo, ao redor de uma bizarra refeição, na qual a perícia detectou adição de veneno para rato. Por que uma atriz como Leila Lopes desistiria da vida? Não são as atrizes invejadas por sua beleza e sensualidade? Não têm fama e regalias? O que mais uma mulher pode desejar do que a admiração servil dos homens, se não de todos eles, da maioria? Parece que algumas mulheres agem como criaturas que se alimentassem da suprema satisfação advinda da consciência de sua própria beleza, bem como do tributo que lhe prestam as criaturas por seus atributos. Para esse tipo de mulher, a admiração alheia jamais lhe cansa.

Mais Leila se cansou. Ficamos sabendo disso através de sua carta final, que teve trechos divulgados pela família. Seu cansaço talvez surgisse por ter notado que a beleza era efêmera. Aliás, temos aí uma palavra graciosa: efêmero, em sua etimologia, se refere a algo que dura apenas um dia. A beleza feminina é tão duradoura como a vida de uma mosca. Em trechos de sua carta (todo suicida clássico é um missivista derradeiro!), Leila assume: “Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz!” Provavelmente, isso não explica tudo. Também não vou me propor a análises psicológicas (minha formação é outra, afinal); mas penso que o medo de continuar perdendo a beleza – o único elo que Leila mantinha com a fama – deve ter servido de mola para a última refeição regada a raticida.

Porém, há algo mais. Até o termo “suicídio” é repudiado pela ex-atriz, que vinha trabalhando em filmes pornográficos no fim da vida (havendo desfrutado nas novelas um sucesso efêmero, com perdão da repetição do termo). “Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus.” Essa perspectiva de encontro com Deus, proveniente do imaginário místico-católico, não é bíblica, muito menos salutar – se todos quisessem ter um encontro com Deus, o cemitério ficaria lotado! Felizmente, há meios menos terminais para se associar ao Altíssimo.

E quando essa associação acontece, a vida acontece. O próprio Jesus declarou que veio nos trazer vida em abundância (Jo 10:10), o que significa que podemos, através de um relacionamento com Ele, desfrutar a vida eterna a partir de nosso cotidiano. É encorajador pensar que a cada dia o Salvador partilha nossos momentos e Se acha ao nosso lado. Quando Leila diz ser “preciso coragem para deixar esta vida”, afirma algo que o senso comum desmente na prática – afinal, mais corajoso é aquele que prossegue sem motivos, ou antes, aquele que, a despeito de circunstâncias desalentadoras, encontra em Jesus o Seu único motivo para manter-se de cabeça erguida ao enfrentar a vida.

Finalmente, Leila deu o último suspiro. Mas não antes de registrar sua angústia em linhas algo desesperadas: “Estou cansada, cansada de cabeça! Não agüento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem!!! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui.” É triste ver que alguém que poderia sonhar, criar, adorar e buscar a Deus em vida, abraçou a morte, como uma fuga, embora usasse de autoindulgência para atenuar a decisão radical. Leila começou sua vida como professora, e não viveu para perceber a maior lição da vida: satisfação real só pode ser encontrada em uma vida ao lado do Salvador, a qual desemboca na própria vida eterna.

Um comentário:

Unknown disse...

Infelizmente somos o resultado do que acreditamos, como é o caso abordado da atriz, pois ela acreditou que ao morrer encotraria a Deus no fim do túnel desta vida (A Bíblia não ensina assim). Esta é uma grande responsabilidade para aqueles que se propõem a ensinar "verdades" que não estão de acordo com um "ASSIM DIZ O SENHOR" ou o que "ASSIM DIZ A BÍBLIA" que é a Palavra de Deus. Deus nos ilumine sempre a crer no que Ele diz.