O texto abaixo
se trata de uma alegoria. A alegoria aqui não é empregada como método interpretativo da Bíblia, mas como ponto de partida para a reflexão.
Zaqueu
estava esbaforido. O velho publicano, grisalho e bem adornado, chegou para ver
Jesus. Como os sicômoros são demorados para crescer, o evangelista
contemporâneo deu um jeito: construiu um exemplar artificial desse tipo de
figueira – afinal, Zaqueu precisa de uma árvore para subir.
E Zaqueu
percebeu que a árvore era menor e menos sólida do que seria necessário. O
publicano até poderia subir nela mais facilmente; mas o problema é que ela não
o levaria muito longe e nem próximo o suficiente de Jesus.
Na verdade,
a tal árvore artificial lhe parecia invertida, pois ao invés de apontar em
direção ao céu, estava voltada para o solo, como um chorão. O sicômoro
fabricado pelo evangelista para ser atraente, era uma paródia do original.
Jamais poderia cumprir seu propósito de acolher Zaqueu.
Zaqueu
percebeu que ali as crianças armavam seus balanços e os namorados entalhavam
corações ali. A árvore era puro entretenimento. Embora sua sombra não fosse
acolhedora e sua copa se mostrasse pouco basta.
Mesmo assim,
Zaqueu experimentou subir no sicômoro falso. A árvore tremia toda, o que dava
vertigens a ele. Nenhum aspecto dela tinha naturalidade ou características
legítimas. Suas sementes poderiam ser novas, mas, certamente, eram de qualidade
duvidável, porque geraram uma planta estranha ao reino vegetal…
E Jesus
passou. A árvore trepidava, Zaqueu se esforçava; porém, só ouviu Jesus,
discreto e bondoso: “Filho, eu sei que você é sincero; então, procure uma
árvore melhor, já que essa cairá em breve, porque não foi meu Pai quem a
plantou.” E Zaqueu, adiantando-se, procurou um sicômoro autêntico na próxima
esquina, para ver Jesus com segurança.
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