quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

QUE VIDA É ESSA?

“[…]Nela, a mola do dia a dia é trair. Amar é trair. O certo é trair.”

“[…]Na novela, trair e ser traído é o ato mais normal do mundo e ela pressupõe que a sociedade adote o adultério como padrão regular de comportamento. Com certeza, 'Viver a Vida' traiu a si mesma: os índices do Ibope despencam. É a pior audiência do horário nos últimos dez anos (média de 34,7 pontos na Grande São Paulo). A professora de dramaturgia da Universidade de São Paulo Renata Pallottini acredita que o excesso de relações extraconjugais afaste mesmo o público: 'Pode ser que uma boa parte da audiência esteja reagindo a essas manifestações de leviandade.' Manoel Carlos garante que 'esse tipo de comportamento é bem mais comum do que pode parecer'. Estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que 60% dos homens e 47% das mulheres se confessam infiéis. A julgar pela inconstância dos personagens de Maneco, no entanto, ele deve crer que esses índices são bem maiores: em pouco mais de 120 capítulos, o novelista pôs na tela 13 casos de infidelidade. Para a psicóloga carioca Ana Maria Fonseca Zampieri, a novela está 'descortinando a questão da infidelidade e mexendo com a família porque traição é um tema tabu'. Ela adverte, no entanto, para o risco das generalizações: 'Muitos homens e mulheres morrem fiéis.'"

Adultério é algo tão comum em novela que quando a imprensa publica algo sobre o assunto, é porque a coisa já extrapolou o habitual. Não é nenhum segredo que os novelistas tem tido trabalho para sustentar os picos extratosféricos de audiência. Pena que para cumprir o fito recorram não a dramartugia séria e questionamento social consciente; é mais fácil apelar a uma sensualidade despudorada, que só mcontribui mesmo para debilitar ainda mais a moralidade das famílias… Pena que a "vida" que estão divulgando por aí, não mereça ser vivida, de tão ordinária e indigna que se revela.

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