O português José Saramago, o escriba das páginas sem ponto final, o escrevinhador de prosopopeias e fábulas premiadas, é um sentimental. Como é que é, indagará seu fã calouro de Sociologia, isso não é possível, dirá sua fã matriculada nas oficinas vespertinas de antroposofia no casarão histórico. Sim, e não é pelo seu choro desabrido ao final da projeção de Ensaio Sobre a Cegueira ao lado do cineasta Fernando Meirelles. A razão de ser sentimental tem a ver com sua incansável diatribe contra Deus.
Em seu livro mais recente (será lançado em outubro), Caim, Saramago encontra uma justificativa teologicamente incorreta para redimir o assassino de Abel. Posando de advogado de Caim, Saramago distorce o contexto da história bíblica e denuncia a Deus como o mentor intelectual do crime por ter desprezado o sacrifício de Caim.
Mas não é um sentimental, esse Saramago? Que escritor de bom coração! Ele diz também que a Bíblia é um livro forjado, que Deus é uma divindade inventada, que o bem e o mal são coisas da nossa cabeça, que os religiosos são gente escrava de suas invenções e necessidades espirituais. Continua sentimental! Veja como no meio desse povo que pesquisa as culturas, que observa os partidos políticos, que analisa a História, há gente que fragmenta seu objeto de estudo para não confundir as diferenças (ótimo), há gente que põe todo texto no seu devido contexto (maravilha), mas na hora de falar de Deus e religião perde as estribeiras e desanda a descontextualizar, a confundir, a generalizar, a dizer que Deus é invenção de César.
Há algum tempo, li um comentário que passava a régua na religião e afirmava que os cristãos são uns nazistas porque separam entre salvos e perdidos, justos e injustos. Na Bíblia, está escrito que esse julgamento quem fará é Deus, o Justo Juiz, e que há um mediador entre Ele e os seres humanos que viveu na pele a humanidade, Jesus. Felizmente, não serão nem os ateus nem os cristãos que julgarão o coração, o caráter e a fé do homem. Porém, a raiva sentimental obscurece a mente que deixa de interpretar corretamente a Bíblia e não vê que eram os nazistas que segregavam os judeus, os ciganos, os não-arianos, enfim. E não tinha essa de judeu bom ou judeu malvado. Bastava ser oposição e pronto, extermínio nele. Ressalto que o comentarista mais tarde reconheceu o exagero.
Em seu livro mais recente (será lançado em outubro), Caim, Saramago encontra uma justificativa teologicamente incorreta para redimir o assassino de Abel. Posando de advogado de Caim, Saramago distorce o contexto da história bíblica e denuncia a Deus como o mentor intelectual do crime por ter desprezado o sacrifício de Caim.
Mas não é um sentimental, esse Saramago? Que escritor de bom coração! Ele diz também que a Bíblia é um livro forjado, que Deus é uma divindade inventada, que o bem e o mal são coisas da nossa cabeça, que os religiosos são gente escrava de suas invenções e necessidades espirituais. Continua sentimental! Veja como no meio desse povo que pesquisa as culturas, que observa os partidos políticos, que analisa a História, há gente que fragmenta seu objeto de estudo para não confundir as diferenças (ótimo), há gente que põe todo texto no seu devido contexto (maravilha), mas na hora de falar de Deus e religião perde as estribeiras e desanda a descontextualizar, a confundir, a generalizar, a dizer que Deus é invenção de César.
Há algum tempo, li um comentário que passava a régua na religião e afirmava que os cristãos são uns nazistas porque separam entre salvos e perdidos, justos e injustos. Na Bíblia, está escrito que esse julgamento quem fará é Deus, o Justo Juiz, e que há um mediador entre Ele e os seres humanos que viveu na pele a humanidade, Jesus. Felizmente, não serão nem os ateus nem os cristãos que julgarão o coração, o caráter e a fé do homem. Porém, a raiva sentimental obscurece a mente que deixa de interpretar corretamente a Bíblia e não vê que eram os nazistas que segregavam os judeus, os ciganos, os não-arianos, enfim. E não tinha essa de judeu bom ou judeu malvado. Bastava ser oposição e pronto, extermínio nele. Ressalto que o comentarista mais tarde reconheceu o exagero.
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