segunda-feira, 7 de abril de 2008

BREVE CONSIDERAÇÃO SOBRE A ANÁLISE CRISTÃ DAS ARTES EM GERAL


O Estadão desta segunda-feira, 7 de Abril, trouxe as reações a uma das polêmicas exposições do austríaco Alfred Hrdlicka. Realizada no Museu da Catedral Católica de Viena, Áustria, as gravuras do artista retratam versões homoeróticas de episódios bíblicos, envolvendo a pessoa de Jesus e de Seus apóstolos (incluindo uma santa ceia de viés homossexual, que nos recusamos, por descência, a descrever em detalhes; Efésios 5:12 ).

Apesar de inúmeros protestos, na maioria, de membros e líderes da Igreja Católica, claro que não faltam defensores ao artista, o que não deixa de ser emblemático: fato é que a arte é defendida em nossa época como acima de qualquer crítica (e de qualquer suspeita!); o artista seria livre para expressar o que quisesse, sem que a censura à sua obra ou intenções tenham legitimidade.

Sem o propósito de esgotar o assunto, tecemos, de maneira breve, alguns parâmetros para se analisar moralmente qualquer obra de arte, partindo de uma perspectiva cristã:

1) A arte é uma expressão natural ao homem, uma vez que Deus o dotou de espírito criativo, incluído no significado mais profundo da expressão bíblica que define nossa espécie como sendo "à imagem e semelhança de Deus." (Gênesis 1:27);

2) A arte é reflexo de uma cultura, ao mesmo tempo que uma vivência, ambas bem objetivas. Portanto, embora alguns elementos da obra sejam subjetivos, ela parte de um pano de fundo objetivo, que deve ser julgado pela moral cristã;

3) Ao invés de aterem-se a criticar obras de arte, cristãos esclarecidos deveriam analisar o que tais realizações possuam de positivo, ao passo que, identificando visões de mundo contrárias àquela própria ao cristianismo, oferecer alternativas racionais. (É inegável que, quando Hrdlicka apresenta Jesus nu, sofrendo em Seu martírio, ele recupera constituintes históricos importantes, que, sem dúvida, trazem para as pessoas de nossa época parte do choque escandaloso causado em quem assiste a uma crucifixão; dito isto, esclarecemos que não se está justificando toda opção estética escolhida pelo artista, apenas se ressalta que nem tudo é negativo.);

4) Os cristãos devem ocupar-se em produzir arte a partir de seu entendimento peculiar do mundo, desenvolvendo concepções e práticas artísticas capazes de influenciar outros artistas e a sociedade em geral com uma mensagem revitalizante, concedendo à arte uma função redentiva, não no sentido de que alguma realização estética tenha o poder de salvar, senão que a arte comunica a mensagem de salvação.

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