Bento XVI trará, com sua próxima visita aos Estados Unidos, uma "revolução da virtude", explicou Carl Anderson, cavaleiro supremo dos Cavaleiros de Colombo, ao apresentar seu novo livro no Vaticano.
"Uma civilização do amor" (A Civilization of Love, HarperOne, 203 páginas) mostra "o que todo católico pode fazer para transformar o mundo", à luz do pensamento de João Paulo II e seu sucessor na sede de Pedro.
"Estamos falando de uma ‘revolução da virtude’, mas das virtudes teologais: fé, esperança, e caridade", explicou em declarações à Zenit.
"E esta é a mensagem que Bento XVI deixou com suas duas encíclicas, ‘Deus caritas est’, que é amor, e ‘Spe salvi’, que é esperança."
Anderson, consultor de vários conselhos vaticanos, filósofo, está convencido de que esta é a mensagem que os americanos estão esperando, como demonstrou este ano eleitoral "de maneira impressionante", que sublinhou "a questão da mudança e a questão da esperança, e o cristianismo é a religião da mudança e a religião da esperança".
"O efeito de 11 de setembro é ainda muito forte nos Estados Unidos, e uma das coisas que sugiro no livro é descobrir que pessoas somos, que pessoas queremos ser".
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Anderson deixa de lado as diferenças religiosas para apresentar a mensagem de esperança a quem está preocupado pela crise de valores da sociedade moderna.
"Abraçando a cultura da vida e estando ao lado dos marginalizados e dos considerados como ‘inúteis’ ou como um ‘peso’ para a sociedade, os cristãos podem mudar a direção de nossa cultura", assegura em seu livro.
O próprio Anderson assegurou que seu livro busca superar o "choque de civilizações", pois a civilização do amor não é algo exclusivo dos cristãos, e apresentar "o ‘mapa’ para ajudar os cristãos a compreenderem seu papel no mundo".
Promover esta civilização do amor, declara Anderson, implica apoiar com decisão a vida e a família.
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Fonte: Zenit (Grifos supridos)
Não há dúvida que "o cristianismo [seja] a religião da mudança e a religião da esperança". O enfoque de Bento XVI parece ser o do papel do católico no mundo; em suas homilias e encíclicas, o atual pontícife bate na tecla da qualidade da vida cristã, em detrimento da quantidade de cristãos-católicos. E isto está arregimentando a comunidade mundial para o que a profecia há seculos descreveu que aconteceria: uma união político-religiosa, encabeçada pelo pontífice romano e os EUA.
Já pude apontar alguns equívocos da forma de compreender a esperança cristã presente na Encíclica papal "Spe Salvi", no artigo "Esperança, propósito e vida: a encíclica 'Spe Salvi' vista de uma perspectiva adventista" (recentemente publicada na revista Ministério Adventista, Março 2008). Entre outros pontos, basta destacar alguns trechos:
"A noção da vida eterna que católicos e muitos protestantes endossam revela-se contaminada pelo pensamento grego. Eternidade acaba sendo entendida como um tempo estático, do qual não se nota a passagem, ou mesmo como um dia contínuo. Essa concepção, se verdadeira, seria de fato 'fastidiosa' e 'insuportável'. No entanto, a Revelação aponta para outra direção."
"Outro equívoco da esperança oferecida pela encíclica fica a cargo do dogma do purgatório; segundo Ratzinger, podemos encontrar referências à 'condição intermédia', na qual 'almas não se encontram simplesmente numa espécie de custódia provisória, mas já padecem um castigo'. É o caso de nos perguntarmos quão antigas são as referências judaicas à essa 'condição intermediária'. Por ocasião do período inter-testamentário, a influência do pensamento grego já se responsabilizara por disseminar entre os judeus a idéia de uma alma imortal que sofre castigos no outro mundo. Na Spe Salvi, se faz menção a esse 'judaísmo antigo', citando o livro apócrifo de 2Mac 12:38-45, do I século a.C."
"À certa altura, o papa admite que a doutrina do purgatório 'se desenvolveu aos poucos na Igreja ocidental', o que, se analisado à luz da História, mostrar-se-á antes como resultado da influência do paganismo do que como fruto de reflexão da matéria bíblica. A Escritura ensina que a morte é um fim temporário (Ec 3:19-20; 9:5,6, 10; Sl 115:17), diante da qual fecham-se as oportunidades e o juízo passa a ser decidido (Hb 9:27), culminando na execução da sentença através da ressurreição em dois momentos: primeiro a dos justos e, mil anos depois, dos injustos (Dn 12:2, Ap 20:4-6). Curiosamente, faltam dados bíblicos que afirmem ou aludam à existência de um purgatório.
"O acesso à esperança se dá indiretamente, entendendo que o cristão teria necessidade, de acordo com Ratzinger, de ser orientado por 'pessoas que souberam viver com retidão'; conquanto qualifique a Cristo como 'luz' e 'sol', ele refere-se à Maria como 'estrela da esperança', 'Arca da Aliança viva’, 'mãe de todos aqueles que querem acreditar' em Jesus, a 'Mãe da esperança'. A conclusão é toda ela uma oração à Maria.
"Nem precisa dizer que esta esperança mediada não possui respaldo escriturístico; Paulo retrata a Jesus como 'Autor e Consumador da fé', em quem devemos colocar os nossos olhos enquanto participarmos da corrida espiritual (Hb 12:1 e 2). Não há, de fato, outro Salvador no Céu (At 4:12) ou Intercessor ao lado do Pai, que esteja à altura da função; Jesus é o único, porque morreu por nós, ressuscitou e assiste agora ao lado do trono de Deus (Ef 1:20,21; 2:6; Hb 4:14-16; 8:1 e 2; 9:15). Nesta via de acesso, aberta por Cristo, o catolicismo têm, durante os séculos de sua existência, colocado obstáculos, que impedem os sinceros de estar na presença direta de Deus. A intercessão dos santos é um obscurecimento da esperança cristã, jamais um complemento. "
"Nem precisa dizer que esta esperança mediada não possui respaldo escriturístico; Paulo retrata a Jesus como 'Autor e Consumador da fé', em quem devemos colocar os nossos olhos enquanto participarmos da corrida espiritual (Hb 12:1 e 2). Não há, de fato, outro Salvador no Céu (At 4:12) ou Intercessor ao lado do Pai, que esteja à altura da função; Jesus é o único, porque morreu por nós, ressuscitou e assiste agora ao lado do trono de Deus (Ef 1:20,21; 2:6; Hb 4:14-16; 8:1 e 2; 9:15). Nesta via de acesso, aberta por Cristo, o catolicismo têm, durante os séculos de sua existência, colocado obstáculos, que impedem os sinceros de estar na presença direta de Deus. A intercessão dos santos é um obscurecimento da esperança cristã, jamais um complemento. "
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