quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CINCO COISAS ADMIRÁVEIS EM BILL GAITHER




Um amigo me escreveu por e-mail sobre a postagem Os vendilhões voltaram para o templo, pois, segundo ele, fui muito duro com Bill Gaither, um dos maiores compositores e produtores musicais do Gospel na atualidade.

Famoso por seus Homecomings e pelo quarteto pop-country Gaither Vocal Band (GVB), o músico norteamericao influencia boa parte da produção musical adventista no Brasil e nos EUA – costumo brincar que Max Mace, do Heritage, é gerente de uma filial da Gaither Music.

Quando ouvi Give It Away (faixa-título do ábum do GVB lançado em 2006) pela primeira vez, brinquei com minha esposa: “Daqui a uns dez anos o Heritage regravará isso.” Qual não foi minha surpresa quando vi Give It Away no CD Be Free (2009) do Heritage!…

No Brasil, os Arautos superaram a fase Gaither, embora ainda se influenciem por seu estilo: no novo CD Vale a pena esperar, a música mais conhecida, É só um pouco mais é um exemplo inteligente de como emular algumas lições úteis do GVB, enquanto a faixa Daniel recria o que há de mais pegajoso do quarteto americano. Já o Cânticos Vocal é um caso à parte: nem se pode falar de influência, mas temos quase um cover do repetório mais conhecido de Gaither, sem contar no cover de David Phelps…

Com respeito ao meu amigo que mencionei acima: ponderei com ele que também vejo coisas positivas em Bill Gaither, embora outros aspectos me pareçam questionáveis. Penso que a Souther Gospel music não traduza adequadamente os conceitos de adoração bíblicos e critico igualmente a adoração equiparada a um mero show. Ademais, acho irritante algumas gagues do GVB: quando a música termina, o trecho final é repetido à exaustão, e isso a cada música!

Ainda assim, passo a mencionar o que de mais instrutivo, positivo e digno vi nos DVDs e no exemplo do próprio Bill Gaither. Faço isso no consagrado formato Corrente (aqueles e-mails bobinhos que pretendem transmitir grande lição de vida, ao passo que apenas repisam o que todos já sabem):

1- Valorize o talento alheio: Bill expandiu seu sucesso recrutando e compondo para cantores talentosos que ele ajudou a revelar. Sandi Patty, Steve Green, Larnelle Harris, Guy Penrod, David Phelps, entre outros, que hoje são reconhecidos como grandes artistas do Gospel, começaram cantando ao lado de Bill;

2- Reconheça a contribuição dos pioneiros: ok, ninguém vibrava muito quando Bill Gaither convidava Jake Hess para o palco (o cara parecia uma ameixa saída de um cabaré). Mas a verdade é que Gaither sempre deu espaço para os velhos cowboys de Nashville. E ele os amava: Bill parecia um menino quando estava diante de seus velhos heróis, como J. D. Sumner e “Rosie” Rosell (tão agudo era seu timbre que não à toa esse primeiro tenor recebeu o apelido de Rosie);

3- Cative as pessoas: quando se dirige a plateias, Bill costuma sacar elogios para agradar seu público. Seu carisma torna-o uma figura simpática e muito apreciada, seja no Canadá, Austrália, África ou no Oeste americano;

4- Envolva sua família nos seus projetos: Gloria, esposa de Bill, é sua eterna parceira. O casal divide a autoria de hinos como Porque Ele vive e O Rei vem vindo, admirados pelos evangélicos em todo o mundo. Além disso, Benjamin e Suzanne Gaither, filhos do casal, já produziram ou compuseram músicas com os pais;

5- Reinvente suas melhores ideias: Bill Gaither realizou inúmeros concertos ao redor do mundo, com um time bem eclético de cantores. Posteriormente, gravações desses concertos tornaram-se DVDs bem populares. A cada nova apresentação, uma produção maior e mais cara é realizada. Contudo, todo DVD, seja um Homecoming (com vários artistas) ou um trabalho do GVB, não passa de uma variação do mesmo tema e os fãs esperam um pouco mais do mesmo.
Leia também:

4 comentários:

joêzer disse...

maravilha. acabei de tuitar o link desse artigo. aproveitei e mencionei que sou o privilegiado amigo citado no texto.rsrs

antoniopmps disse...

E eu que pensava que todos diziam amem para o GVB. Estava a me sentir um ET entre meus irmãos e amigos fãs incondicionais da referida banda.
Ufa!!! Ainda bem que não sou o único a discordar dessa unanimidade.

Cristina Lima disse...

Deus nos deu livre arbítrio não foi a toa ...mas, em geral,qdo cristãos do mundo inteiro reconhecem o dom de Deus,e não só leigos ,mas gente de todas as categorias ,;acho um pouco arrogante de sua parte e ,quem sabe ,até ,no fundo ,uma necessidade ferrenha de chamar atenção,discordar de uma forma tão simplista ....

douglas reis disse...

Pois é, Cristina, sempre fui partidário da opinião de que toda unanimidade é burra...
Além disso, o artigo ressalta coisas positivas nas produções de Bill Gaither. Aí, vale outro ditado: "Para bom entendedor...". Mas, fazer o quê? Em tempos de internet, bons entendedores são cada vez mais raros!