terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A CIÊNCIA PODE PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS?


Kaku em ação: ele pode provar mesmo que Deus existe?

Já duas pessoas diferentes me perguntaram sobre um artigo a respeito de Michio Kaku, físico que supostamente encontrou uma forma de provar a existência de Deus (leia mais aqui). Obviamente, minhas suspeitas recaíram sobre o título da matéria e seu tom simplista. Para uma opinião mais acurada, seria necessário o acesso à pesquisa original de Kaku.
Desse modo, minha opinião aqui não se refere tanto ao trabalho do físico, quanto a ideia segundo a qual Deus dependa de provas científicas que o legitimem. O que dizer? De antemão, é preciso reconhecer: não existe isso como prova definitiva da existência de Deus. A afirmação pode cair como um balde de água fria sobre aqueles que receberam com entusiasmo a notícia da pretensa prova científica definitiva para a existência divina. Porém, analisemos a questão com calma.
Primeiro, lembremos que a ciência não tem o poder de provar todas as coisas. A ciência não pode dizer que sou mais belo que o Tom Cruise (embora eu seja mesmo!), porque ela não existe para lidar com questões estéticas. A ciência também não pode determinar que os experimentos nazistas nos campos de concentração eram imorais, porque ela não lida com questões éticas.
A ciência têm seus limites, e sua maneira de trabalhar. Ela lida basicamente com fenômenos e eventos, não com entidades sobrenaturais ou acontecimentos passados (como se a terra foi criada ou evoluiu – a ciência não pode determinar isso).
Outra ponto: a ciência em si e por definição é neutra, mas não os cientistas que a empregam. Assim, não se pode dizer que a ciência afirma que Deus exista ou não – quem faz afirmação dessa categoria são os cientistas, influenciados por seus próprios pré-julgamentos.
Finalmente, embora haja bastante evidência racional para se crer em Deus, jamais haverá uma prova definitiva. Em última instância, trata-se de fazer duas opções: acreditar que Ele existe ou não, e ir ajustando essas escolhas pelas evidências que Deus nos dá sobre si mesmo. Por isso, os ateus e céticos são indesculpáveis quando descreem, porque embora todas as perguntas não sejam respondidas, há muito espaço, espaço suficiente, para aceitar racionalmente a crença em um Deus (Rm 1:18-20).

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