Kaku em ação: ele pode provar mesmo que Deus existe?
Já
duas pessoas diferentes me perguntaram sobre um artigo a respeito de Michio
Kaku, físico que supostamente encontrou uma forma de provar a existência de
Deus (leia mais aqui). Obviamente, minhas suspeitas recaíram sobre o título da
matéria e seu tom simplista. Para uma opinião mais acurada, seria necessário o
acesso à pesquisa original de Kaku.
Desse
modo, minha opinião aqui não se refere tanto ao trabalho do físico, quanto a
ideia segundo a qual Deus dependa de provas científicas que o legitimem. O que
dizer? De antemão, é preciso reconhecer: não existe isso como prova definitiva
da existência de Deus. A afirmação pode cair como um balde de água fria sobre
aqueles que receberam com entusiasmo a notícia da pretensa prova científica
definitiva para a existência divina. Porém, analisemos a questão com calma.
Primeiro,
lembremos que a ciência não tem o poder de provar todas as coisas. A ciência
não pode dizer que sou mais belo que o Tom Cruise (embora eu seja mesmo!), porque
ela não existe para lidar com questões estéticas. A ciência também não pode
determinar que os experimentos nazistas nos campos de concentração eram
imorais, porque ela não lida com questões éticas.
A
ciência têm seus limites, e sua maneira de trabalhar. Ela lida basicamente com
fenômenos e eventos, não com entidades sobrenaturais ou acontecimentos passados
(como se a terra foi criada ou evoluiu – a ciência não pode determinar isso).
Outra
ponto: a ciência em si e por definição é neutra, mas não os cientistas que a
empregam. Assim, não se pode dizer que a ciência afirma que Deus exista ou não –
quem faz afirmação dessa categoria são os cientistas, influenciados por seus
próprios pré-julgamentos.
Finalmente,
embora haja bastante evidência racional para se crer em Deus, jamais haverá uma
prova definitiva. Em última instância, trata-se de fazer duas opções: acreditar
que Ele existe ou não, e ir ajustando essas escolhas pelas evidências que Deus
nos dá sobre si mesmo. Por isso, os ateus e céticos são indesculpáveis quando
descreem, porque embora todas as perguntas não sejam respondidas, há muito
espaço, espaço suficiente, para aceitar racionalmente a crença em um Deus (Rm
1:18-20).
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