segunda-feira, 2 de junho de 2008

SER ÚTIL X EXERCER DOMÍNIO - parte 1


Depois de assistir a tantos escândalos, casos de corrupção, CPIs e mais CPIs, promessas eleitorais mentirosas, e de ver medidas contrárias aos interesses da população receber aprovação de parlamentares e do Governo, é natural que a maioria da população brasileira sinta desânimo ao pensar na política. Popularmente, os políticos são indistintamente vistos como ladrões por natureza. Sobre um político que atuou em São Paulo seus fiéis eleitores repetiam com orgulho o absurdo bordão: “ele rouba, mas faz!”

Infelizmente, esta revolta acaba favorecendo os interesses de políticos desonestos, porque constrói o sentimento que lhes permite agir impunemente: a alienação.

No caso dos cristãos, interessar-se pela política de forma ativa é quase encarado como um pecado. O indivíduo que se candidata é encarado pela igreja com desconfiança. Em contrapartida, algumas denominações promovem abertamente seus candidatos, dando-lhe apoio público irrestrito, inclusive com o uso eleitoreiro do púlpito, coagindo os membros a votarem no candidato do pastor. O resumo dessa tendência pode ser visto em um outro bordão curioso: “irmão que é irmão vota em irmão”.

Obviamente, ninguém deveria votar em um candidato apenas pela confessionalidade religiosa; mas, justamente, a falta de critérios empurra evangélicos, em geral, e adventistas, em particular, a certas “sinucas”: como resultado, são eleitos políticos que jamais seriam capazes de representar condignamente suas denominações ou, atrevo-me a dizer, os próprios ideais cristãos!

Em São Luis (Ma) havia um cidadão cuja freqüência à igreja ocorria de quatro em quatro anos, coincidindo com o período em que lançava sua candidatura, para a qual pedia o apoio da membresia adventista local. Em Guarulhos, surgiram, em épocas passadas, diversos candidatos: alguns que estavam voltando para igreja (obra do Espírito Santo?), outros que, desempregados, tentavam a vida pública, entre alguns, que, naturalmente, pareciam sérios, qualificados e sinceros.

Um episódio deste período foi interessante: eu terminara de pregar em determinada igreja. Haviam me informado, antes que começasse o sermão, sobre a presença de um candidato evangélico (de outra denominação); seguindo a praxe, sequer fiz menção ao distinto cavalheiro, uma vez que não se tratava de nenhuma personalidade pública (que ocupasse algum cargo eletivo ou que já o tivesse feito) e muito menos para indicar, pela mera menção, qualquer favoritismo àquela pessoa (que, de fato, era uma desconhecida para mim).

Bem nesta hora, transcorrido o culto, eu estava saindo pelos corredores para cumprimentar os presentes à saída, quando o referido candidato resolveu sair junto comigo, tendo o displante de por suas mãos sobre o meu ombro, no melho estilo “papagaio de pirata”. Não tive dúvidas: apertei o passo e “despistei-o”.

É possível encarar a política sem tabus? Ser cristão é viver de forma “apolítica”, desinteressada pela direção que as decisões políticas do país são tomadas? Ou podemos participar da esfera pública? Em caso de resposta positiva, como fazer isso – através de manifestos em favor de nossos princípios ou estando “dentro”, participando da militância política e dos bastidores das decisões que envolvem nosso município, estado e até país?

Esse é um assunto extenso e seria impossível tratar dele de forma completa nestas poucas páginas. Mas, de forma breve, quero analisar um trecho das Escrituras que fornecem princípios que apontam para como devemos encarar nossa vocação profissional (e, por intermédio dela, atuar efetivamente na Sociedade) e que tipo de considerações são necessárias antes da escolha ou endosso a alguém para um cargo eletivo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Diante da situação a qual nosso país está vivendo. Tanta ladroeira, e a falta de seriedade estre os políticos,seria bom que o CRISTÃO se afastasse dessa sujeira, e procurasse viver sua veda em santidade com Cristo.Pois, Deus não está precisando de nenhum político para lhe defender, e sim, de homens siceros que honre o seu nome, e a sua palavra.AMEM!