O filme mais caro da história. A segunda maior bilheteria de todos os tempos. Marco tecnológico. De todos os ângulos, Avatar é um superlativo.
Mas o que tanto atraiu a atenção das pessoas?
A história? Duvido. Vejamos num resumo: um soldado semi-inválido e cansado de combates acaba indo para um mundo distante e lá ele descobre a harmonia de um povo em contato com a natureza, se apaixona por uma nativa e enfrenta preconceitos e tensão bélica. Isso faz de Avatar uma versão em 3-D de Dança com Lobos, como estão dizendo.
Para o crítico Renato Silveira, Avatar é “a vanguarda da tecnologia oposta ao lugar-comum de um modelo narrativo típico de filmes de fantasia”. Assim, todo mundo sabe de antemão que o herói ficará encantado com uma nova cultura pura, encontrará um amor puro, uma forma de vida pura em contraste com a ganância dos terráqueos e com o vilão que ele mesmo terá que enfrentar. O enredo é, digamos, puro lugar-comum.
O que não é comum é a inovação tecnológica desenvolvida para esse filme, que teria avançado na criação de softwares para a tecnologia do efeito tridimensional no cinema.
O senão de Avatar me parece ser de outra ordem. Não está na tecnologia nem no roteiro. Está no subtexto ideológico-religioso do filme. Para o professor de cinema Rodrigo Carreiro, “Cameron se certificou de incluir uma boa dose de preocupações ambientalistas (um tanto rasteiras, aliás), para dotar o filme de atualidade e fazê-lo politicamente relevante”.
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