quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O SOFRIMENTO QUE LEVA À SALVAÇÃO




O filme “O código Da Vince” chocou a muitos, em parte por retratar cristãos fanáticos, dispostos a matar outros e até mesmo a se auto-flagelar. O uso de cilício e chicote na devoção da Opus Deis, organização católica, trouxe debates sobre o assunto para a arena pública. Mas, para além dos domínios da sétima arte, a prática do auto-flagelo é lugar-comum no cotidiano de muitos fervorosos católico-romanos.

Um exemplo disso aparece em detalhes biográficos da vida do Papa João Paulo II. Falecido em 2 de Março de 2005, o papa, cujo nome verdadeiro era Karol Josef Wojtyla, tem sua vida como alvo de intensas pesquisas, visando sua futura (e bem próxima) canonização. No recém lançado Why a sant? (Por que um santo?), de autoria do monsenhor Slawomir Oder, são descritos os hábitos de mortificação espiritual praticados pelo ex-papa.

Segundo o Estadão, o livro revela que João Paulo II trazia um cinto especial no seu armário, usado para açoitar-se. Desde a época de seu episcopado, o falecido pontífice já mantinha hábitos de ascetismo e mortificação.

A ideia de se aproximar a Cristo em seus sofimentos é bíblica (1 Pe 4: 13-14). Entretanto, o cristão não é o agente causador desse sofrimento, mas deve se sujeitar à circunstâncias permitidas por Deus (Lm 3:27-33), sabendo que Deus não envia a prova além de nossa capacidade de suportá-la (1 Co 10:13). Sofrimento é a forma divina de aperfeiçoar nosso caráter e desenvolver nossa confiança nEle. Porém, sofrimento pessoal não salva; apenas expressa um masoquismo, além de uma clara influência da filosofia dualista grega, que entendia a carne como algo mal. Em contrapartida, o único sofrimento capaz de salvar é o de Jesus Cristo (Hb 5:7-9). Afinal, pelas Suas feridas fomos curados (1 Pe 2:24).

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