quarta-feira, 22 de outubro de 2008

CORAÇÃO ENDURECIDO


Cobre-o e reza Arrasada a razão desde cedo
Cede o domínio Vem do mínimo o quebranto
De um rei que volta a ser apenas pai Com pranto
Chama por alguém cujo inanimado dedo

Pega No olho coalhada a dor Maré de amianto
Calha ser deus À espora fita o povo quedo
Por impulso do credo agride o próprio medo
E o desafia o Deus de seus escravos Manto

Ao chão A espera afeta o pavor da derrota
Que fazer O país são pais em luto Luta
Para admitir que em seu peito a faca se bota

Vieste Diz pálido A sua gente O outro escuta
Cada pausa Vacilo Aspereza que o enxota
A sua gente pode ir Sempre a face enxuta

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